Carro arrombado em San Francisco: nossa saga, e o que fazer
http://www.flashesdeviagem.com.br/2016/04/fui-roubado-no-exterior-saga-e-o-que.html
Demorou, mas aconteceu com a gente. Após anos de viagens, depois de conhecer 30 países e quase 100 cidades, pela primeira vez aconteceu um transtorno de verdade conosco! Viajando pela costa da Califórnia de motorhome alugado (em casal + nosso baby de quase 2 anos), tivemos nosso carro arrombado e pertences roubados, incluindo alguns documentos.
Então agora com experiência de causa (infelizmente!), vou narrar como tudo aconteceu e tentar transfomar este problema em algo construtivo, através deste post para ajudar outros viajantes que por infelicidade também se vejam nesta situação. Ao final do texto vou dar algumas recomendações para que não passem sufoco parecido, ou pelo menos consigam se precaver melhor e tentar evitar algumas destas situações.
Olha que beleza ficou o vidro do nosso carro! Antes de quebrar, dá para ver que tentaram forçar a armação de metal com um pé-de-cabra ou algo assim, e ficou toda amassada. A estrutura da porta também foi forçada mas não conseguiram abrir.
Para o texto não ficar muito extenso e cansativo, resumi os acontecimentos em 15 atos!
A seguir, o relato de nossa saga:
Ato 01 - Logo após almoço, fomos até o Golden Gate Park, em San Francisco, para visitar o Museu de Ciências. Demoramos a achar vaga para estacionar ao redor, pois estavam ocupadas e precisávamos de 2 vagas uma atrás da outra para conseguir para o motorhome que era grandão! Rodamos até achar e estacionamos. Era um local aberto e rodeado de vegetação, mas era onde todo mundo parava, tinha dezenas/centenas de carros parados ali, em vagas delimitadas no chão.
Ato 02 - Visitamos o museu, de primeiríssimo mundo. Na saída o marido foi buscar o carro sozinho pois estava parado meio longe e chovia um pouco. Passou mais de 30 minutos e nada... quase 40 minutos depois ele aparece e desce do carro com uma cara estranha. Perguntei se tinha batido, e ele respondeu: “roubaram nosso carro e as coisas lá dentro”. Gelei. E fiquei meio P da vida também, não conseguia acreditar em tamanho azar!! Respira fundo, questiona o que roubaram, olha com tristeza e indignada aquele monte de vidro quebrado espalhado no chão do carro... e parte para a ação!
ABAIXO: marca de lama de sapato no banco, indicando que o ladrão entrou pela janela.
Ato 03 - Sugeri ao marido chamar o segurança do museu mesmo, que talvez pudesse nos ajudar. Fiquei esperando ao lado do carro com nosso filho pequeno. O segurança veio e orientou que bem perto dali tinha um posto policial, passou o endereço e telefone, e inclusive ligou lá para avisar a polícia sobre nosso caso. Comentei que isso nunca tinha acontecido com a gente no Brasil, tão famoso pela insegurança, e perguntei se era comum de acontecer ali. Ele respondeu que infelizmente SIM, e que ele mesmo já teve seu carro arrombado naquele estacionamento. Momento "não curti" facebookiano para San Francisco!
Ato 04 - Tentamos limpar um pouco do vidro, arrumamos o filhote no carro e rumamos para o posto policial fazer o Boletim de Ocorrência (B.O.). Chegamos lá, paramos numa vaga em frente à delegacia. A policial veio inspecionar o carro e depois entramos para preencher a papelada. Filho esperando impaciente no carrinho, e enquanto o marido respondia tudo para a policial eu liguei para a Cruise América, a empresa na qual alugamos o motorhome, para pedir orientações de como proceder. Demorou mas atenderam.
Ato 05 - As opções dadas pela Cruise América não eram muito promissoras. Como já eram 17h, não teria como levar o carro em nenhum lugar para tentar consertar no dia, então a sugestão deles era esperar até o dia seguinte para ir em uma filial da empresa numa cidade próxima, para ver se lá conseguiriam resolver, porém tinha que aguardar que nos ligassem no dia seguinte antes de ir. Quanto aos custos, apesar do carro ter seguro incluso, a regra era de que até 1000 dólares as despesas seriam por nossa conta, e acima disso "só" pagaríamos os 1000 de taxa. Era aguardar para ver de quanto $$$ seria o prejuízo real...
Ato 06 - Achar um lugar seguro para dormir, eis a questão! Colocamos um plástico que a policial nos deu na janela do carro, mas precisávamos achar um camping seguro para pernoitar. E quem disse que em cidades grandes tem campings próximos ao centro? Não tem! Buscamos no catálogo e na internet e rumamos para o que seria o mais próximo, a quase 40Km ao sul da cidade. Optamos por este já que no dia seguinte rumaríamos naquela direção. No meio do caminho anoitece, a estrada é ampla e com certo movimento, e começo a ficar tensa, ainda mais quando o marido começa a pedir para eu ajudá-lo a enxergar os carros para mudar de pista. Eu olhava pelo retrovisor com aquele plástico que não era 100% transparente e dava reflexos, e não conseguia dizer direito se os carros estavam longe ou não, que agonia!! Achei que dava para ir e em seguida passa um carro super rápido colado ao nosso lado, que susto! Eu estava centrada e tentando resolver tudo objetivamente até aquele momento, mas com a iminencia de um acidente por falta de visibilidade e sem conseguir chegar de imediato a lugar nenhum no escuro, comecei a rezar pedindo proteção (meu bebê precioso está no carro!) e a chorar silenciosamente. Eu só queria parar e me sentir novamente segura.
Ato 07 - Passamos ao lado de um outro camping que havíamos ligado na noite e estava lotado e inclusive com lista de espera. Mesmo assim, pedi pro marido achar um retorno e ir até lá conferir ao vivo para tentar entrar. Paramos e ninguém na recepção, só uma placa na frente dizendo que estava lotado. Maridão lamentou e queria dar ré para prosseguir até o outro camping mesmo, ao que falei nervosamente "entra aí, entra aí e vamos checar se não tem vaga mesmo, porque se tiver QUALQUER ESPAÇO disponível para parar eu vou ficar aí dentro e amanhã acertamos com o pessoal". Na minha cabeça passava a marchinha: "Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira..."! Nestas horas, bate o instinto de defesa e amor de mãe com medo do perigo para o filho falando mais alto! Rodamos ali dentro e vimos uma vaga vazia. Ele hesitante em parar, mas já fui saindo do carro e dizendo que ia tentar falar com alguém. Tudo escuro, mas vi que o trailer ao lado tinha uma luz acesa. Cheguei perto e a porta estava aberta. Pedi licença e desculpas e comecei a explicar nossa situação para a moça que estava ali, que foi super solícita e se prontificou a ir na recepção checar para a gente se era vaga fixa de alguém. Não era. A simpática Samantha nos trouxe os papéis do camping, ajudou com informações, papelão para vedar do frio e tudo mais. Passamos a noite em segurança, e na manhã seguinte acordamos cedo e acertamos tudo na recepção.
RESUMO DO DIA 01: roubo, frustração, prejuízo, B. O. polícia, contactar locadora do carro, vedar janela, estrada sem visibilidade, camping longe ou lotado = STRESS TOTAL!
Ato 08 - Acordamos e era preciso esperar pelo telefonema da Cruise America, que demorou além do que indicaram. Liguei, insisti, e ainda não sabiam o que a gente devia fazer. Esperamos mais, e nada. Quase perto do almoço é que nos deram retorno, e nisso já estávamos a caminho para agilizar. A opção dada seria: parar na filial e esperar chegar o mecânico entre 14h -17h para consertar, ou então seguir para Los Angeles (onde retiramos o motorhome) e levar o carro lá para trocar ou entregar. Cogitando o tempo de estrada, o trajeto até LA sem paradas já seria umas 6h direto, ou seja, um dia inteiro. Decidimos prosseguir viagem sem parar, para não perder 1 dia inteiro naquela região e depois ter que pegar estrada mais na correria ainda, com só 1 dia de sobra para resolver pendências no consulado antes de viajar. Sábia decisão!
Ato 09 - Pensamos em desviar e parar em 1 ou 2 pontos da famosa Big Sur, o motivo principal para ter ido até a Califórnia. Pelo tempo de trajeto, desistimos. Foi dureza passar reto pelo local que eu mais queria ir! :( Rumamos direto pela estrada 101 até Los Angeles, só parando em um Walmart para comprar água, comida e escova e pá para limpeza dos cacos de vidro no carro. Nosso pequenino nem tinha a ideia de toda a confusão que estava acontecendo! (ele ficou meio de saco cheio do longo trajeto, mas distraí ele como pude e deu para controlar). O objetivo era chegar em um camping após Santa Barbara e antes de anoitecer, para não dirigir com baixa visibilidade de novo, apesar de termos melhorado o esquema de vedação do vidro. Dia inteiro de estrada, e um baita stress e dor de cabeça por causa da barulhada que um motorhome sem vidro e com plástico chacoalhando faz! Eu ficava ali de co-piloto praticamente segurando a placa de plástico com as mãos! Mas conseguimos reservar a última vaga do camping no caminho e chegamos em segurança.
RESUMO DO DIA 02: esperar telefonema, decidir, deixar de visitar Big Sur, viajar longa distância sem vidro e com filho pequeno, limpar melhor o carro, achar vaga em camping = CANSAÇO TOTAL!
Ato 10 - Manhã seguinte. A ideia era passar super rápido no Camarillo Outlet, que ficava a 13 minutos do camping, só para eu descer em 2 lojas de roupas infantis para nosso filho. Quanto ao consulado, iríamos logo em seguida, e ficava a 1h de viagem. A informação dada pela Polícia Federal do Brasil era de que deveríamos fazer apenas uma ARB (Autorização de Retorno ao Brasil - gratuita e feita na hora) para conseguir voltar, até porque a gente tinha outros documentos/passaporte em mãos. Mas eis que resolvo pesquisar mais no google sobre documentos necessários, e me aparece a palavra AUTENTICADO em um dos textos que li. Opa, poderia dar complicação! Resolvemos ir direto ao Consulado, sem parar. Até porque o Hiroshi descobriu que o Consulado de Los Angeles só fazia atendimentos até as 13h. Partiu LA, nova correria, ansiedade e stress.... afinal, só quem já transitou de carro por LA sabe como é o transito lá. Mesmo com algumas horas extras, chegamos no limite...! Foi só o marido dar uma paradinha no carro na esquina do prédio em Beverly Hills, que me joguei dali com uma pasta cheia de documentos na mão e subi correndo! Sabe que horas cheguei lá? 12:50h, faltando 10 minutos para fechar! :-O
Ato 11 - Peguei uma senha de atendimento do consulado e esperei sentada. Enquanto isso, a missão do marido era estacionar em algum lugar ali perto, arrumar nosso baby e subir também. Fui chamada para atendimento. Contrário ao que imaginava, o atendente não foi muito solidário não, na verdade não foi nada tranquilizador. Ele encanou com o fato de que nosso filho viajou para lá com o passaporte japonês, e o marido também, questionando porque fazíamos daquela forma e tal, pressupondo que aquilo era um certo "desvio da regra", mas não é! Quem tem dupla-cidadania pode sim sair do Brasil utilizando seu documento brasileiro e entrar em outro país portando o passaporte estrangeiro, não é ilegal mesmo! Tanto é que a gente já tinha feito isso em outras viagens, com tranquilidade. Mas ainda assim ele ficou perguntando se a Polícia Federal não tinha me falado nada ou achado estranho, e disse que teria que passar o caso direto para a Consul para ela decidir o que fazer. Ela tinha saído para almoçar, mas como já tínhamos iniciado o atendimento poderíamos voltar após o almoço para falar diretamente com ela.
Ato 12 - Após ansiosa espera, conseguimos falar com ela. A Cônsul foi menos simpática ainda, e alegou que para criança não se fazia ARB (Autorização de Retorno ao Brasil - gratuita e feita na hora), e então teríamos que fazer um passaporte brasileiro para ele, e que para isso precisava de algum outro DOCUMENTO ORIGINAL. Como o RG dele foi roubado, e não levei a certidão de nascimento (que sempre levo, mas desta vez esqueci!), ela disse que precisaria enviar do Brasil por carta via Correio. Além do stress, iríamos perder a viagem!! Eu tinha tudo escaneado no celular, mas não queriam aceitar, assim como não aceitaram o passaporte japonês dele como documento de comprovação, tinha que ser brasileiro. Nem vou entrar no mérito das coisas e do jeito que ela falou, só digo que a gente ficou ali, na maior educação possível, de orelha bem baixinha, conversando e insistindo gentilmente se não havia outra opção. Muito bla bla bla e taquicardia depois, a Cônsul diz que se conseguíssemos então que o Cartório oficial onde nosso filho foi registrado enviasse a Certidão, então daria para fazer o passaporte para ele, após averiguação. Acho que ela já sabia desta solução desde o início, mas quis nos atormentar um pouco. Conseguiu. Saímos de lá, e já dentro do elevador fui colocando meu óculos escuro, para poder chorar disfarçadamente. Senti que nosso destino e retorno ao Brasil estava totalmente nas mãos dela, e ela não se mostrava nada amistosa. Ao invés da sensação de alívio tive uma enorme sensação de desolamento e impotência. Achei que o consulado era um lugar onde acolhem os brasileiros e tentam resolver seus problemas, ao invés de botar empecilhos e assustar! Mas ok, respira, vai pro carro, bebe água... e começa a missão impossível e correria de novo! A preocupação agora era: entregar o motorhome a tempo!
Ato 13 - pelo contrato, o motorhome deveria ser entregue no dia seguinte de manhã. Mas isso significava mais uma noite sem vidro, e a impossível missão de achar um camping com vaga (e provavelmente distante) na caótica Los Angeles. Naquele momento, o que a gente mais queria no mundo era se livrar daquele trambolho e todo o transtorno! Partimos rumo à Cruise América para tentar devolver o carro. O GPS indicava 30 minutos do consulado até lá, então chegaríamos perto das 16h, quando costumam encerrar a entrega de carros. Adivinha como estava o transito e quanto tempo levou?? Mais de 2 HORAS, gente!! E pior de tudo é que não tinha nem como voltar, aquelas highways infernais tem múltiplas pistas e são Km e mais Km sem saída para os lados! Chegamos lá quase 18h, e só uma parte do portão estava aberto. Falei: "tenta entrar"! Manobrando para "invadir" a empresa, chega no portão um funcionário (que talvez fosse o dono de lá) e diz: "vocês sabem que o horário de funcionamento já acabou, certo?". Nisso, o marido faz a maior cara de drama e aponta para o vidro quebrado, ao que ele responde: "OK, you had enough, you can enter" (traduzindo: "OK, vocês já tiveram o suficiente, podem entrar"). Mas ele nos apressa e diz que o processo tem que ser rapidão porque está fechando mesmo.
Loucura novamente: lá vou eu correndo desarvorada jogar as malas em cima da cama e simplesmente arremessar tudo para dentro enquanto o marido desce para ver a papelada com ele, pagar a multa do vidro e etc. Eu fechei tudo em uns 10-15minutos, sem brincadeira!! Tava tudo ainda nos armários e gavetas, não sei nem como consegui fazer tudo caber nas malas. Ao terminar ativei o UBER correndo e chamei um "táxi". Ia demorar mais uns 15 minutos, avisei ao rapaz e ele disse que esperaria, pois não queria nos deixar para fora com malas e um bebê.
Esperando o carro, ainda busquei rapidamente e reservei através do site www.booking.com um hotel que não fosse caríssimo na região de Beverly Hills para ficar perto do Consulado, pois vai que a gente pega outro congestionamento no dia seguinte! No fim das contas, a Cruise America foi gentil em não nos cobrar pelas coisas que deixamos de fazer antes de entregar o motorhome, e que normalmente teriam taxas/multas: encher o tanque de gasolina, completar o propano, fazer a limpeza interna, efetuar o dumping (descarrego da sujeira/privada)... Só largamos o carro lá, com lixo e comida aberta na geladeira e fomos embora!
Ato 14 - Chegamos no hotel já escurecendo, corre para achar comida para dar para o filho e tal. Contactei por telefone meus pais no Brasil. Até então não tinha contado do incidente para não preocupá-los demais, estava esperando chegar ao consulado e resolver, mas aí é que piorou! Expliquei passo-a-passo o que precisariam fazer, como tinha que ir o email e etc. Isso precisava ser feito na primeira hora que o cartório abrisse, para dar tempo do consulado receber o email ainda de manhã, para tentar emitir o passaporte emergencial até as 13h, e viajarmos na noite daquele mesmo dia!! Sorte que o fuso horário de 4 horas a menos contava ao nosso favor! Fora isto, meus pais ainda tiveram que levar um chaveiro até nossa casa para "arrombar" a porta, pois nossa chave foi roubada e ao chegar de viagem não teria como entrar! (eu sempre deixo uma chave com eles, mas adivinha? Desta vez tinha esquecido também!) Fomos dormir super tarde pela adrenalina e por ter que arrumar tudo dentro das malas de forma definitiva para no dia seguinte conseguir fazer o check-out e viajar.
RESUMO DO DIA 03: deixar de passar no outlet, correr até o consulado, sair de lá preocupado, entregar o carro, congestionamento, fazer as malas em 10 minutos, chamar táxi, achar hotel, buscar comida, contactar meus pais, arrumar mala = INCERTEZAS E CORRERIA TOTAL!
Ato 15 - Manhã do dia da viagem de retorno. Acordamos cedo e eu não consegui comer, a ansiedade era tanta que meu estômago embrulhava, meu coração palpitava, só queria que toda a burocracia terminasse para conseguir voltar para casa! Eu já estava exausta após 3 dias de correria. O Consulado abria as 9h, chegamos 9:30h. Esperamos para falar com a Consul de novo, ver se ela recebeu o tal email... Ela aparece lá fora para falar com a gente, e com a cara fechada de sempre diz que NÃO RECEBEU O EMAIL... Momento tensão de novo!! Ela insistia que não recebeu, que só tinha os docs antigos já enviados por mim. Perguntou se a gente tinha CERTEZA que tinha sido enviado. Eu falei que sim, expliquei que meu pai foi pessoalmente, e mostrei em meu celular um email com a certidão original (e com data atualizada) que tinha sido encaminhado para mim também. Indiquei o remetente, e pedi por favor se ela não podia olhar novamente no email, incluindo a lixeira ou spam, e ela foi lá para dentro rever... Eu só pensava: "não é possível que o tal email não chegou!" (Detalhe: este pedido de enviar documento por email não é usual nos cartórios, não faz parte dos serviços prestados, e dependeu da gentileza da Escrivã em fazer, pois a primeira atendente se negou). Passados alguns minutos esperando, ela aparece rapidinho em uma janelinha de atendimento e faz um gesto de positivo com a mão, esboçando pela primeira vez um leve sorriso. Ufaaaaa!! Agora era só aguardar o passaporte do filho e a ARB do marido serem confeccionados. Por volta de 12:30h ficou pronto. Vivaaaaaa, vamos voltar para o Brasil!! Home sweet Home!!!
RESUMO DO DIA 04: acordar passando mal, quase ter um treco de susto no consulado... mas conseguir resolver! = ACABOU, VAMOS VOLTAR PARA CASA! :-D (e ainda deu para passear pela cidade e "descarregar" o stress um pouco antes de ir para o aeroporto à noite)
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E esta foi a saga, nem tão detalhada como foi na prática, mas que ainda assim rendeu um enorme texto! Só quem passa por uma situação de instabilidade desta, em solo estrangeiro e com um filho de 2 anos a tiracolo pode imaginar o desgaste que é! Fora que foi tudo uma corrida contra o tempo mesmo, com ações e decisões importantes de serem tomadas porém nada fáceis. Por um triz, além dos itens eletrônicos furtados, $$ roubado, do vidro quebrado, quase não perdemos também nossas passagens de volta, imagina o tamanho do prejuízo que seria!
Enfim... só queria relatar como foi, até para saberem mais ou menos o passo-a-passo de atividades a fazer e resolver quando isto ocorre, e o quanto de transtorno isso pode gerar. Na hora foi bem desesperador e frustrante, mas pelo menos ninguém se machucou ou passou por situação de trauma, e estamos de volta e bem! O negócio é sempre encarar com calma e tentar tirar algum aprendizado, inclusive nestas situações difíceis. Esperamos que ninguém nunca passe por isso, e a conclusão deste aprendizado queremos compartilhar com vocês, na forma das dicas abaixo.
RECOMENDAÇÕES PARA EVITAR PROBLEMAS OU CONSEGUIR RESOLVER MAIS FACILMENTE CASO OCORRA:
- Se viaja com seu laptop, vá descarregando as fotos da viagem nele, mas passe também para um HD externo ou para pen-drives de alta capacidade, e guarde eles separados e em local seguro, longe do laptop. Assim, se for roubado, ainda sobra o backup das fotos de viagem e de seus eventuais arquivos de trabalho. Ah! E faça sempre backup completo de seu computador antes de viajar, ou pelo menos mensalmente. Eu por exemplo perdi uns 3 meses de trabalho, pois meu laptop foi um dos itens roubados e o backup estava desatualizado.
- Não viaje de motorhome para cidades grandes, pelo menos na Califórnia... (em um próximo post darei várias outras justificativas para isto)
- Sempre viaje com pelo menos 2 DOCUMENTOS ORIGINAIS de cada pessoa, e guarde-os em lugares diferentes para o caso de um ser roubado ainda ter o outro de reserva
- Sempre deixe uma chave de casa reserva com algum conhecido ou parente antes de viajar
- Não confie no "status" das cidades, ou por serem de "país desenvolvido" e tal... Roubos e afins podem ocorrer em qualquer parte do mundo, fique sempre de olho!
- Se estiver com carro alugado, se certifique de que tenha seguro total incluso no valor da reserva. Ou você pode usar somente o seguro do cartão de crédito a fim de reduzir os custos da locação, ele funciona bem, mas tem uma ressalva: NÃO cobrem locação de trailers e motorhomes! (estava indicado nas cláusulas do seguro e por isso não ressarciram nossa despesa com o vidro quebrado, mesmo tendo enviado todos os documentos e provas necessárias. O valor do vidro ficou em U$200).
- Não deixe de pegar recibos de todas as despesas relativas ao ocorrido, para se necessário usar na hora de acionar o seguro. Recibos de compras no exterior sempre devem ser todos guardados até o final da viagem pelo mesmo motivo. Alguns cartões de crédito possuem uma espécie de seguro que se chama "Garantia de Compra", para itens comprados no cartão que extraviarem ou caso sejam roubados. Verifique nas regras e opções de seu cartão de crédito. Em geral o benefício é dado para portadores de cartão Platinum ou acima deste.
- Carro alugado: dependendo do local (ou do carro) evite parar na rua, prefira estacionamentos fechados (na Califórnia são bem caros por sinal, chegam a custar 25 até 40 dólares perto de algumas áreas mais turísticas...). Após nosso incidente, ficamos sabendo que motorhomes são bem visados para este tipo de assalto/arrombamento quando estão estacionados, pois os ladrões sabem que deve ter algumas coisas de valor ali dentro.
- Não deixe de fazer B.O (boletim de ocorrência) ainda na cidade onde o roubo acontecer! Ele precisa ser feito dentro de 24h após o ocorrido, e para fins de seguro ele é necessário (no caso, o seguro do carro e também o seguro para os bens materiais perdidos/recém comprados)
- Viagens de motorhome: não deixe pertences de valor ou compras aglomerados em mochila ou mala, e muito menos expostos. Feche as cortinas ao sair, não deixe nada à vista, e preferencialmente guarde tudo no porta-malas do lado de fora do carro (aparentemente, ali é mais raro que consigam abrir, e portanto mais seguro). O ideal seria que tivesse um cofre dentro do carro, como em alguns hotéis, mas não tem.
- Perdeu documentos: sinal de alerta! Não deixe para depois, procure o mais rápido possível o Consulado Brasileiro mais próximo, e fique atento aos horários de atendimento, que costumam ser bem limitados. Atenção: nem todas as cidades tem! No trecho da viagem em que estávamos, tinha somente em San Francisco e depois só em Los Angeles mesmo. Ainda no consulado, peça para cancelar seu passaporte roubado, pois podem fazer mal uso dele. Para isso, tenha sempre anotado o número dos passaportes de quem está viajando, e se possível uma foto da página principal de cada um deles.
- Ter um chip para celular pré-pago com plano do país sempre ajuda muito em horas adversas. Estava experimentando um chip americano da Travel Mobile e posso dizer que ele foi o "salvador da pátria", não só após o roubo mas também durante toda a viagem, pois pela falta de wi-fi no motorhome na maior parte do tempo este chip fez milagres e me permitiu pesquisar na internet, telefonar, mandar emails, nos localizar.... Diria que para quem viaja de motorhome e não vai ter acessoa a hotéis, mapas e guias da cidade ele é indispensável. Mesmo. Coisa maravilhosa, viciei! Adquira também o seu clicando no banner abaixo ;-)
Bom, é isso. Este foi nosso perrengue máximo de viagem até hoje, mas sobrevivemos! :-D
E você, já teve algum incidente do tipo quando viajava no exterior? Compartilhe com a gente sua experiência!
Então agora com experiência de causa (infelizmente!), vou narrar como tudo aconteceu e tentar transfomar este problema em algo construtivo, através deste post para ajudar outros viajantes que por infelicidade também se vejam nesta situação. Ao final do texto vou dar algumas recomendações para que não passem sufoco parecido, ou pelo menos consigam se precaver melhor e tentar evitar algumas destas situações.
Olha que beleza ficou o vidro do nosso carro! Antes de quebrar, dá para ver que tentaram forçar a armação de metal com um pé-de-cabra ou algo assim, e ficou toda amassada. A estrutura da porta também foi forçada mas não conseguiram abrir.
Para o texto não ficar muito extenso e cansativo, resumi os acontecimentos em 15 atos!
A seguir, o relato de nossa saga:
Ato 01 - Logo após almoço, fomos até o Golden Gate Park, em San Francisco, para visitar o Museu de Ciências. Demoramos a achar vaga para estacionar ao redor, pois estavam ocupadas e precisávamos de 2 vagas uma atrás da outra para conseguir para o motorhome que era grandão! Rodamos até achar e estacionamos. Era um local aberto e rodeado de vegetação, mas era onde todo mundo parava, tinha dezenas/centenas de carros parados ali, em vagas delimitadas no chão.
Ato 02 - Visitamos o museu, de primeiríssimo mundo. Na saída o marido foi buscar o carro sozinho pois estava parado meio longe e chovia um pouco. Passou mais de 30 minutos e nada... quase 40 minutos depois ele aparece e desce do carro com uma cara estranha. Perguntei se tinha batido, e ele respondeu: “roubaram nosso carro e as coisas lá dentro”. Gelei. E fiquei meio P da vida também, não conseguia acreditar em tamanho azar!! Respira fundo, questiona o que roubaram, olha com tristeza e indignada aquele monte de vidro quebrado espalhado no chão do carro... e parte para a ação!
ABAIXO: marca de lama de sapato no banco, indicando que o ladrão entrou pela janela.
Ato 03 - Sugeri ao marido chamar o segurança do museu mesmo, que talvez pudesse nos ajudar. Fiquei esperando ao lado do carro com nosso filho pequeno. O segurança veio e orientou que bem perto dali tinha um posto policial, passou o endereço e telefone, e inclusive ligou lá para avisar a polícia sobre nosso caso. Comentei que isso nunca tinha acontecido com a gente no Brasil, tão famoso pela insegurança, e perguntei se era comum de acontecer ali. Ele respondeu que infelizmente SIM, e que ele mesmo já teve seu carro arrombado naquele estacionamento. Momento "não curti" facebookiano para San Francisco!
Ato 04 - Tentamos limpar um pouco do vidro, arrumamos o filhote no carro e rumamos para o posto policial fazer o Boletim de Ocorrência (B.O.). Chegamos lá, paramos numa vaga em frente à delegacia. A policial veio inspecionar o carro e depois entramos para preencher a papelada. Filho esperando impaciente no carrinho, e enquanto o marido respondia tudo para a policial eu liguei para a Cruise América, a empresa na qual alugamos o motorhome, para pedir orientações de como proceder. Demorou mas atenderam.
Ato 05 - As opções dadas pela Cruise América não eram muito promissoras. Como já eram 17h, não teria como levar o carro em nenhum lugar para tentar consertar no dia, então a sugestão deles era esperar até o dia seguinte para ir em uma filial da empresa numa cidade próxima, para ver se lá conseguiriam resolver, porém tinha que aguardar que nos ligassem no dia seguinte antes de ir. Quanto aos custos, apesar do carro ter seguro incluso, a regra era de que até 1000 dólares as despesas seriam por nossa conta, e acima disso "só" pagaríamos os 1000 de taxa. Era aguardar para ver de quanto $$$ seria o prejuízo real...
Ato 06 - Achar um lugar seguro para dormir, eis a questão! Colocamos um plástico que a policial nos deu na janela do carro, mas precisávamos achar um camping seguro para pernoitar. E quem disse que em cidades grandes tem campings próximos ao centro? Não tem! Buscamos no catálogo e na internet e rumamos para o que seria o mais próximo, a quase 40Km ao sul da cidade. Optamos por este já que no dia seguinte rumaríamos naquela direção. No meio do caminho anoitece, a estrada é ampla e com certo movimento, e começo a ficar tensa, ainda mais quando o marido começa a pedir para eu ajudá-lo a enxergar os carros para mudar de pista. Eu olhava pelo retrovisor com aquele plástico que não era 100% transparente e dava reflexos, e não conseguia dizer direito se os carros estavam longe ou não, que agonia!! Achei que dava para ir e em seguida passa um carro super rápido colado ao nosso lado, que susto! Eu estava centrada e tentando resolver tudo objetivamente até aquele momento, mas com a iminencia de um acidente por falta de visibilidade e sem conseguir chegar de imediato a lugar nenhum no escuro, comecei a rezar pedindo proteção (meu bebê precioso está no carro!) e a chorar silenciosamente. Eu só queria parar e me sentir novamente segura.
Ato 07 - Passamos ao lado de um outro camping que havíamos ligado na noite e estava lotado e inclusive com lista de espera. Mesmo assim, pedi pro marido achar um retorno e ir até lá conferir ao vivo para tentar entrar. Paramos e ninguém na recepção, só uma placa na frente dizendo que estava lotado. Maridão lamentou e queria dar ré para prosseguir até o outro camping mesmo, ao que falei nervosamente "entra aí, entra aí e vamos checar se não tem vaga mesmo, porque se tiver QUALQUER ESPAÇO disponível para parar eu vou ficar aí dentro e amanhã acertamos com o pessoal". Na minha cabeça passava a marchinha: "Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira..."! Nestas horas, bate o instinto de defesa e amor de mãe com medo do perigo para o filho falando mais alto! Rodamos ali dentro e vimos uma vaga vazia. Ele hesitante em parar, mas já fui saindo do carro e dizendo que ia tentar falar com alguém. Tudo escuro, mas vi que o trailer ao lado tinha uma luz acesa. Cheguei perto e a porta estava aberta. Pedi licença e desculpas e comecei a explicar nossa situação para a moça que estava ali, que foi super solícita e se prontificou a ir na recepção checar para a gente se era vaga fixa de alguém. Não era. A simpática Samantha nos trouxe os papéis do camping, ajudou com informações, papelão para vedar do frio e tudo mais. Passamos a noite em segurança, e na manhã seguinte acordamos cedo e acertamos tudo na recepção.
RESUMO DO DIA 01: roubo, frustração, prejuízo, B. O. polícia, contactar locadora do carro, vedar janela, estrada sem visibilidade, camping longe ou lotado = STRESS TOTAL!
Ato 08 - Acordamos e era preciso esperar pelo telefonema da Cruise America, que demorou além do que indicaram. Liguei, insisti, e ainda não sabiam o que a gente devia fazer. Esperamos mais, e nada. Quase perto do almoço é que nos deram retorno, e nisso já estávamos a caminho para agilizar. A opção dada seria: parar na filial e esperar chegar o mecânico entre 14h -17h para consertar, ou então seguir para Los Angeles (onde retiramos o motorhome) e levar o carro lá para trocar ou entregar. Cogitando o tempo de estrada, o trajeto até LA sem paradas já seria umas 6h direto, ou seja, um dia inteiro. Decidimos prosseguir viagem sem parar, para não perder 1 dia inteiro naquela região e depois ter que pegar estrada mais na correria ainda, com só 1 dia de sobra para resolver pendências no consulado antes de viajar. Sábia decisão!
Ato 09 - Pensamos em desviar e parar em 1 ou 2 pontos da famosa Big Sur, o motivo principal para ter ido até a Califórnia. Pelo tempo de trajeto, desistimos. Foi dureza passar reto pelo local que eu mais queria ir! :( Rumamos direto pela estrada 101 até Los Angeles, só parando em um Walmart para comprar água, comida e escova e pá para limpeza dos cacos de vidro no carro. Nosso pequenino nem tinha a ideia de toda a confusão que estava acontecendo! (ele ficou meio de saco cheio do longo trajeto, mas distraí ele como pude e deu para controlar). O objetivo era chegar em um camping após Santa Barbara e antes de anoitecer, para não dirigir com baixa visibilidade de novo, apesar de termos melhorado o esquema de vedação do vidro. Dia inteiro de estrada, e um baita stress e dor de cabeça por causa da barulhada que um motorhome sem vidro e com plástico chacoalhando faz! Eu ficava ali de co-piloto praticamente segurando a placa de plástico com as mãos! Mas conseguimos reservar a última vaga do camping no caminho e chegamos em segurança.
RESUMO DO DIA 02: esperar telefonema, decidir, deixar de visitar Big Sur, viajar longa distância sem vidro e com filho pequeno, limpar melhor o carro, achar vaga em camping = CANSAÇO TOTAL!
Ato 10 - Manhã seguinte. A ideia era passar super rápido no Camarillo Outlet, que ficava a 13 minutos do camping, só para eu descer em 2 lojas de roupas infantis para nosso filho. Quanto ao consulado, iríamos logo em seguida, e ficava a 1h de viagem. A informação dada pela Polícia Federal do Brasil era de que deveríamos fazer apenas uma ARB (Autorização de Retorno ao Brasil - gratuita e feita na hora) para conseguir voltar, até porque a gente tinha outros documentos/passaporte em mãos. Mas eis que resolvo pesquisar mais no google sobre documentos necessários, e me aparece a palavra AUTENTICADO em um dos textos que li. Opa, poderia dar complicação! Resolvemos ir direto ao Consulado, sem parar. Até porque o Hiroshi descobriu que o Consulado de Los Angeles só fazia atendimentos até as 13h. Partiu LA, nova correria, ansiedade e stress.... afinal, só quem já transitou de carro por LA sabe como é o transito lá. Mesmo com algumas horas extras, chegamos no limite...! Foi só o marido dar uma paradinha no carro na esquina do prédio em Beverly Hills, que me joguei dali com uma pasta cheia de documentos na mão e subi correndo! Sabe que horas cheguei lá? 12:50h, faltando 10 minutos para fechar! :-O
Ato 11 - Peguei uma senha de atendimento do consulado e esperei sentada. Enquanto isso, a missão do marido era estacionar em algum lugar ali perto, arrumar nosso baby e subir também. Fui chamada para atendimento. Contrário ao que imaginava, o atendente não foi muito solidário não, na verdade não foi nada tranquilizador. Ele encanou com o fato de que nosso filho viajou para lá com o passaporte japonês, e o marido também, questionando porque fazíamos daquela forma e tal, pressupondo que aquilo era um certo "desvio da regra", mas não é! Quem tem dupla-cidadania pode sim sair do Brasil utilizando seu documento brasileiro e entrar em outro país portando o passaporte estrangeiro, não é ilegal mesmo! Tanto é que a gente já tinha feito isso em outras viagens, com tranquilidade. Mas ainda assim ele ficou perguntando se a Polícia Federal não tinha me falado nada ou achado estranho, e disse que teria que passar o caso direto para a Consul para ela decidir o que fazer. Ela tinha saído para almoçar, mas como já tínhamos iniciado o atendimento poderíamos voltar após o almoço para falar diretamente com ela.
Ato 12 - Após ansiosa espera, conseguimos falar com ela. A Cônsul foi menos simpática ainda, e alegou que para criança não se fazia ARB (Autorização de Retorno ao Brasil - gratuita e feita na hora), e então teríamos que fazer um passaporte brasileiro para ele, e que para isso precisava de algum outro DOCUMENTO ORIGINAL. Como o RG dele foi roubado, e não levei a certidão de nascimento (que sempre levo, mas desta vez esqueci!), ela disse que precisaria enviar do Brasil por carta via Correio. Além do stress, iríamos perder a viagem!! Eu tinha tudo escaneado no celular, mas não queriam aceitar, assim como não aceitaram o passaporte japonês dele como documento de comprovação, tinha que ser brasileiro. Nem vou entrar no mérito das coisas e do jeito que ela falou, só digo que a gente ficou ali, na maior educação possível, de orelha bem baixinha, conversando e insistindo gentilmente se não havia outra opção. Muito bla bla bla e taquicardia depois, a Cônsul diz que se conseguíssemos então que o Cartório oficial onde nosso filho foi registrado enviasse a Certidão, então daria para fazer o passaporte para ele, após averiguação. Acho que ela já sabia desta solução desde o início, mas quis nos atormentar um pouco. Conseguiu. Saímos de lá, e já dentro do elevador fui colocando meu óculos escuro, para poder chorar disfarçadamente. Senti que nosso destino e retorno ao Brasil estava totalmente nas mãos dela, e ela não se mostrava nada amistosa. Ao invés da sensação de alívio tive uma enorme sensação de desolamento e impotência. Achei que o consulado era um lugar onde acolhem os brasileiros e tentam resolver seus problemas, ao invés de botar empecilhos e assustar! Mas ok, respira, vai pro carro, bebe água... e começa a missão impossível e correria de novo! A preocupação agora era: entregar o motorhome a tempo!
Ato 13 - pelo contrato, o motorhome deveria ser entregue no dia seguinte de manhã. Mas isso significava mais uma noite sem vidro, e a impossível missão de achar um camping com vaga (e provavelmente distante) na caótica Los Angeles. Naquele momento, o que a gente mais queria no mundo era se livrar daquele trambolho e todo o transtorno! Partimos rumo à Cruise América para tentar devolver o carro. O GPS indicava 30 minutos do consulado até lá, então chegaríamos perto das 16h, quando costumam encerrar a entrega de carros. Adivinha como estava o transito e quanto tempo levou?? Mais de 2 HORAS, gente!! E pior de tudo é que não tinha nem como voltar, aquelas highways infernais tem múltiplas pistas e são Km e mais Km sem saída para os lados! Chegamos lá quase 18h, e só uma parte do portão estava aberto. Falei: "tenta entrar"! Manobrando para "invadir" a empresa, chega no portão um funcionário (que talvez fosse o dono de lá) e diz: "vocês sabem que o horário de funcionamento já acabou, certo?". Nisso, o marido faz a maior cara de drama e aponta para o vidro quebrado, ao que ele responde: "OK, you had enough, you can enter" (traduzindo: "OK, vocês já tiveram o suficiente, podem entrar"). Mas ele nos apressa e diz que o processo tem que ser rapidão porque está fechando mesmo.
Loucura novamente: lá vou eu correndo desarvorada jogar as malas em cima da cama e simplesmente arremessar tudo para dentro enquanto o marido desce para ver a papelada com ele, pagar a multa do vidro e etc. Eu fechei tudo em uns 10-15minutos, sem brincadeira!! Tava tudo ainda nos armários e gavetas, não sei nem como consegui fazer tudo caber nas malas. Ao terminar ativei o UBER correndo e chamei um "táxi". Ia demorar mais uns 15 minutos, avisei ao rapaz e ele disse que esperaria, pois não queria nos deixar para fora com malas e um bebê.
Esperando o carro, ainda busquei rapidamente e reservei através do site www.booking.com um hotel que não fosse caríssimo na região de Beverly Hills para ficar perto do Consulado, pois vai que a gente pega outro congestionamento no dia seguinte! No fim das contas, a Cruise America foi gentil em não nos cobrar pelas coisas que deixamos de fazer antes de entregar o motorhome, e que normalmente teriam taxas/multas: encher o tanque de gasolina, completar o propano, fazer a limpeza interna, efetuar o dumping (descarrego da sujeira/privada)... Só largamos o carro lá, com lixo e comida aberta na geladeira e fomos embora!
Ato 14 - Chegamos no hotel já escurecendo, corre para achar comida para dar para o filho e tal. Contactei por telefone meus pais no Brasil. Até então não tinha contado do incidente para não preocupá-los demais, estava esperando chegar ao consulado e resolver, mas aí é que piorou! Expliquei passo-a-passo o que precisariam fazer, como tinha que ir o email e etc. Isso precisava ser feito na primeira hora que o cartório abrisse, para dar tempo do consulado receber o email ainda de manhã, para tentar emitir o passaporte emergencial até as 13h, e viajarmos na noite daquele mesmo dia!! Sorte que o fuso horário de 4 horas a menos contava ao nosso favor! Fora isto, meus pais ainda tiveram que levar um chaveiro até nossa casa para "arrombar" a porta, pois nossa chave foi roubada e ao chegar de viagem não teria como entrar! (eu sempre deixo uma chave com eles, mas adivinha? Desta vez tinha esquecido também!) Fomos dormir super tarde pela adrenalina e por ter que arrumar tudo dentro das malas de forma definitiva para no dia seguinte conseguir fazer o check-out e viajar.
RESUMO DO DIA 03: deixar de passar no outlet, correr até o consulado, sair de lá preocupado, entregar o carro, congestionamento, fazer as malas em 10 minutos, chamar táxi, achar hotel, buscar comida, contactar meus pais, arrumar mala = INCERTEZAS E CORRERIA TOTAL!
Ato 15 - Manhã do dia da viagem de retorno. Acordamos cedo e eu não consegui comer, a ansiedade era tanta que meu estômago embrulhava, meu coração palpitava, só queria que toda a burocracia terminasse para conseguir voltar para casa! Eu já estava exausta após 3 dias de correria. O Consulado abria as 9h, chegamos 9:30h. Esperamos para falar com a Consul de novo, ver se ela recebeu o tal email... Ela aparece lá fora para falar com a gente, e com a cara fechada de sempre diz que NÃO RECEBEU O EMAIL... Momento tensão de novo!! Ela insistia que não recebeu, que só tinha os docs antigos já enviados por mim. Perguntou se a gente tinha CERTEZA que tinha sido enviado. Eu falei que sim, expliquei que meu pai foi pessoalmente, e mostrei em meu celular um email com a certidão original (e com data atualizada) que tinha sido encaminhado para mim também. Indiquei o remetente, e pedi por favor se ela não podia olhar novamente no email, incluindo a lixeira ou spam, e ela foi lá para dentro rever... Eu só pensava: "não é possível que o tal email não chegou!" (Detalhe: este pedido de enviar documento por email não é usual nos cartórios, não faz parte dos serviços prestados, e dependeu da gentileza da Escrivã em fazer, pois a primeira atendente se negou). Passados alguns minutos esperando, ela aparece rapidinho em uma janelinha de atendimento e faz um gesto de positivo com a mão, esboçando pela primeira vez um leve sorriso. Ufaaaaa!! Agora era só aguardar o passaporte do filho e a ARB do marido serem confeccionados. Por volta de 12:30h ficou pronto. Vivaaaaaa, vamos voltar para o Brasil!! Home sweet Home!!!
RESUMO DO DIA 04: acordar passando mal, quase ter um treco de susto no consulado... mas conseguir resolver! = ACABOU, VAMOS VOLTAR PARA CASA! :-D (e ainda deu para passear pela cidade e "descarregar" o stress um pouco antes de ir para o aeroporto à noite)
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E esta foi a saga, nem tão detalhada como foi na prática, mas que ainda assim rendeu um enorme texto! Só quem passa por uma situação de instabilidade desta, em solo estrangeiro e com um filho de 2 anos a tiracolo pode imaginar o desgaste que é! Fora que foi tudo uma corrida contra o tempo mesmo, com ações e decisões importantes de serem tomadas porém nada fáceis. Por um triz, além dos itens eletrônicos furtados, $$ roubado, do vidro quebrado, quase não perdemos também nossas passagens de volta, imagina o tamanho do prejuízo que seria!
Enfim... só queria relatar como foi, até para saberem mais ou menos o passo-a-passo de atividades a fazer e resolver quando isto ocorre, e o quanto de transtorno isso pode gerar. Na hora foi bem desesperador e frustrante, mas pelo menos ninguém se machucou ou passou por situação de trauma, e estamos de volta e bem! O negócio é sempre encarar com calma e tentar tirar algum aprendizado, inclusive nestas situações difíceis. Esperamos que ninguém nunca passe por isso, e a conclusão deste aprendizado queremos compartilhar com vocês, na forma das dicas abaixo.
RECOMENDAÇÕES PARA EVITAR PROBLEMAS OU CONSEGUIR RESOLVER MAIS FACILMENTE CASO OCORRA:
- Se viaja com seu laptop, vá descarregando as fotos da viagem nele, mas passe também para um HD externo ou para pen-drives de alta capacidade, e guarde eles separados e em local seguro, longe do laptop. Assim, se for roubado, ainda sobra o backup das fotos de viagem e de seus eventuais arquivos de trabalho. Ah! E faça sempre backup completo de seu computador antes de viajar, ou pelo menos mensalmente. Eu por exemplo perdi uns 3 meses de trabalho, pois meu laptop foi um dos itens roubados e o backup estava desatualizado.
- Não viaje de motorhome para cidades grandes, pelo menos na Califórnia... (em um próximo post darei várias outras justificativas para isto)
- Sempre viaje com pelo menos 2 DOCUMENTOS ORIGINAIS de cada pessoa, e guarde-os em lugares diferentes para o caso de um ser roubado ainda ter o outro de reserva
- Sempre deixe uma chave de casa reserva com algum conhecido ou parente antes de viajar
- Não confie no "status" das cidades, ou por serem de "país desenvolvido" e tal... Roubos e afins podem ocorrer em qualquer parte do mundo, fique sempre de olho!
- Se estiver com carro alugado, se certifique de que tenha seguro total incluso no valor da reserva. Ou você pode usar somente o seguro do cartão de crédito a fim de reduzir os custos da locação, ele funciona bem, mas tem uma ressalva: NÃO cobrem locação de trailers e motorhomes! (estava indicado nas cláusulas do seguro e por isso não ressarciram nossa despesa com o vidro quebrado, mesmo tendo enviado todos os documentos e provas necessárias. O valor do vidro ficou em U$200).
- Não deixe de pegar recibos de todas as despesas relativas ao ocorrido, para se necessário usar na hora de acionar o seguro. Recibos de compras no exterior sempre devem ser todos guardados até o final da viagem pelo mesmo motivo. Alguns cartões de crédito possuem uma espécie de seguro que se chama "Garantia de Compra", para itens comprados no cartão que extraviarem ou caso sejam roubados. Verifique nas regras e opções de seu cartão de crédito. Em geral o benefício é dado para portadores de cartão Platinum ou acima deste.
- Carro alugado: dependendo do local (ou do carro) evite parar na rua, prefira estacionamentos fechados (na Califórnia são bem caros por sinal, chegam a custar 25 até 40 dólares perto de algumas áreas mais turísticas...). Após nosso incidente, ficamos sabendo que motorhomes são bem visados para este tipo de assalto/arrombamento quando estão estacionados, pois os ladrões sabem que deve ter algumas coisas de valor ali dentro.
- Não deixe de fazer B.O (boletim de ocorrência) ainda na cidade onde o roubo acontecer! Ele precisa ser feito dentro de 24h após o ocorrido, e para fins de seguro ele é necessário (no caso, o seguro do carro e também o seguro para os bens materiais perdidos/recém comprados)
- Viagens de motorhome: não deixe pertences de valor ou compras aglomerados em mochila ou mala, e muito menos expostos. Feche as cortinas ao sair, não deixe nada à vista, e preferencialmente guarde tudo no porta-malas do lado de fora do carro (aparentemente, ali é mais raro que consigam abrir, e portanto mais seguro). O ideal seria que tivesse um cofre dentro do carro, como em alguns hotéis, mas não tem.
- Perdeu documentos: sinal de alerta! Não deixe para depois, procure o mais rápido possível o Consulado Brasileiro mais próximo, e fique atento aos horários de atendimento, que costumam ser bem limitados. Atenção: nem todas as cidades tem! No trecho da viagem em que estávamos, tinha somente em San Francisco e depois só em Los Angeles mesmo. Ainda no consulado, peça para cancelar seu passaporte roubado, pois podem fazer mal uso dele. Para isso, tenha sempre anotado o número dos passaportes de quem está viajando, e se possível uma foto da página principal de cada um deles.
- Ter um chip para celular pré-pago com plano do país sempre ajuda muito em horas adversas. Estava experimentando um chip americano da Travel Mobile e posso dizer que ele foi o "salvador da pátria", não só após o roubo mas também durante toda a viagem, pois pela falta de wi-fi no motorhome na maior parte do tempo este chip fez milagres e me permitiu pesquisar na internet, telefonar, mandar emails, nos localizar.... Diria que para quem viaja de motorhome e não vai ter acessoa a hotéis, mapas e guias da cidade ele é indispensável. Mesmo. Coisa maravilhosa, viciei! Adquira também o seu clicando no banner abaixo ;-)
Bom, é isso. Este foi nosso perrengue máximo de viagem até hoje, mas sobrevivemos! :-D
E você, já teve algum incidente do tipo quando viajava no exterior? Compartilhe com a gente sua experiência!
Eu quero antes de qualquer coisa aqui expressar que sinto muito pelo ocorrido e imagino o quanto vocês devem ter sofrido com essa experiencia, mas como um viajante de muitos anos e muitos destinos (como voces acredito eu), sempre digo para todos: NUNCA PAREM EM ESTACIONAMENTOS GRATUITOS EM LUGAR NENHUM (a nao ser em shoppings, outlets e mercados enquanto usando estes)... caso contrario, procurem sempre um estacionamento pago, a economia nao compensa... estacionamento abertos e gratis dao acesso a qualquer um e nao dao seguro e nem garantias de nada... eu paro sempre em estacionamentos particulares ou publicos pagos... isso pode nao impedir mas inibe a ação de mal intencionados... quanto ao resto (ter 2 documentos, cópias, andar sempre com o seu passaporte sem deixa-lo em hoteis ou carros... isso é sabedoria popular... nao se ofendam... mas o que aconteceu foi decorrente do excesso de confiança pelo fato de muitas vezes nada ter ocorrido... nunca vacilem... essa é a lição que tem que ser tirada dessa história...
ResponderExcluirSim, de certa forma foi vacilo nosso mesmo. Mas não é todo mundo que está atento e faz estes procedimentos todos acima não, pode ter certeza! O alerta é válido!
ExcluirA gente sempre leva cópia dos docs impressa tb, mas estava em uma pasta que foi roubada. E o outro documento adicional esqueci pela correria com trabalho que foi antes da viagem, arrumei as coisas em cima da hora e ficamos sujeito a erros com isso... :-(
Quanto ao passaporte, cada um tinha dois, e andamos sempre com um deles. Porém, se pesquisar, vai ver que estatisticamente os documentos são roubados muitos mais na rua, quando as pessoas o carregam e são furtadas, do que dentro de hotéis propriamente. Nossa hospedagem era nosso carro, e bem que podia ter um cofre lá como em alguns hotéis, já ajudaria bastante, pois sempre tem uma ou outra coisa de valor para guardar pois não dá para ficar carregando tudo sempre.
Mas é isso mesmo, manter os olhos bem abertos e cogitar todos os eventuais perigos sempre! ;-)
Simone, sinto muito pelo ocorrido com vocês. Eu tive a experiência de ter minha bolsa furtada em Munique, com todos os documentos e muitas coisas que sempre tiro da bolsa em viagens internacionais, mas que naquela ocasião esqueci de tirar.
ResponderExcluirConsegui fazer o B.O na mesma hora pois, havia uma estação policial logo ali e por sorte, havia uma portuguesa que falava alemão e me ajudou com os policiais.
Com o B.O em mãos fui ao consulado brasileiro, que ficava em Munique. A sorte maior, fui roubada no dia 5 de setembro a tarde e tive todo o dia 6 para ir ao consulado. Vale lembrar que os consulados seguem a agenda brasileira, sendo assim, dia 7 de setembro estaria fechado.
Paguei uma taxa de 190 euros para reemissão de um passaporte com validade de 5 anos. Fiz desta forma pois, minha viagem estava apenas começando. Caso contrário, poderia ter solicitado apenas um documento apenas para permitir minha volta ao Brasil.
Os documentos que apresentei no consulado foram: rg, cpf e título de eleitor (que mantenho scaneado em meu email) e como havia alugado um carro em Zurich, o locadora enviou uma cópia da cópia da minha habilitação.
Tive desafios para cancelamento dos cartões de créditos no exterior. Os números internacionais não funcionavam. Liguei diretamente para minha agência e o atendente fez a gentileza de cancelar tudo.
Tive dificuldade em bloquear meu celular, que estava com o roaming internacional habilitado. Pedi para o meu irmão, que estava no Brasil, fazer isto para mim. E funcionou. No mês seguinte, a conta de celular veio exorbitante porque o bonito do ladrão ligou para toda sua família no Peru. Mas a operadora do celular reemitiu minha fatura e, paguei apenas o que era o meu consumo.
Tudo resolvido, fui encher a cara em um biergarten e consolidar os aprendizados:
- manter nas bolsas de viagens apenas o que é necessário, sem levar cartões de crédito ou de bancos em excesso.
- por mais que esteja viagem com companhia, é seguro que cada um fique com os seus documentos.
- mantenha seus documentos scaneados no email, nunca se sabe.
Obrigada por compartilhar sua experiência conosco, Lili! É uma dorzinha de cabeça quando isso ocorre, né?!
ExcluirTambém costumo levar vários documentos escaneados, em versão impressa e no celular (e mantenho também um email arquivado com todos eles, para poder acessar caso roubem o celular). O problema é quando não aceitam as cópias, como foi em meu caso. Que bom que para você a versão digital dos documentos funcionou em Munique! :)
Muito bom e detalhado o relato de uma situação bastante difícil de se lidar, ainda mais no exterior.
ResponderExcluirApesar de todos os entraves e grande stress, pesou à favor o fato de serem viajantes experientes e terem conseguido resolver as coisas por etapas, até o retorno.
Percebe-se que a abordagem para esse formato de viagem é bem diferente e que para grandes cidades como LA e San Francisco pode ser bastante complicado o deslocamento com este tipo de veículo.
Acerca de questões de segurança e documentais, vale bastante os alertas, orientações e dicas.
Me fez refletir e também o fato de nem sempre, quando nos preparamos para uma viagem, damos a devida atenção para quais os procedimentos práticos e efetivos, teremos que fazer em caso de emergências médicas, acidentes, roubos/assaltos.
Contratamos os Seguros, mas nem sempre estamos à par de detalhes e pormenores que podem ser muito importantes e que também podem gerar muita dor de cabeça e dificuldades.
Qual foi o tempo total planejado para esta viagem? Me pareceu curto para uma Trip com Motorhome.
O importante é que tudo acabou bem e sugiro em outra circunstância darem mais uma chance para a California.
Apesar do fato ter acontecido em San Francisco, a cidade é sensacional
e com muita coisa a ser descoberta. Saindo um pouco desta rota, tive a oportunidade de visitar alguns parques nacionais e a experiência foi muito legal (Sequoias e Kings Canyon). Big Sur é demais também.
Analisou bem o texto e as questões, é isso mesmo Moisés, devemos ficar mais atento as cláusulas, e nunca descuidar, mesmo se somos viajantes frequentes.
ExcluirSobre a pergunta do tempo de planejamento, não sei se entendi direito. Marcamos a viagem com menos de 3 meses de antecedência, e por causa da correria de trabalho não me aprofundei tanto em alguns destinos e detalhes. Hoje, acredito que ao viajar de motorhome tem que ser até BEM MAIS PLANEJADO do que quando se fica em hotel, ou seja, não é bem aquela liberdade total que se imagina. Neste tipo de viagem não tem recepção de hotel para te aconselhar, nem entra e sai em aeroportos e estação de trem para pegar mapas... as vezes é até difícil entrar nas próprias áreas turísticas. Com esta percepção atual, se eu refizesse a viagem faria uma logistica bem diferente.
Quanto à Califórnia, não achei o máximo mas gostei, e quem sabe em outro momento damos "nova chance" sim. E apesar do ocorrido, não dá para negar que San Francisco é uma cidade muito bonita e bacana sim, cheia de atrações. ;-)
Em Buenos Airos, no início de 2014, me confundi com a hora de pegar o avião de retorno ao Brasil, cheguei atrasado no aeroporto e nunca me esqueço da cena que eu achava que era de grande sufoco, quando ainda estava em uma enorme fila para passar no detector de metais e o quadro de decolagens mostrava as pessoas já embarcando no avião. Acabei embarcando em cima da hora, depois de correr bastante por todo o aeroporto para não perder o avião. Quando estive em Roma, fui até Florença, de trem, para me encontrar com um grupo que faria excursão pela cidade e visitar obras famosas. Cheguei em uma estação de trem imensa, lotada, em Florença, onde iria me encontrar com os guias da excursão e não localizei ninguém. Após perguntar para muitas pessoas, me indicaram que estes guias estariam do lado de fora, do outo lado da rua. Fiz a excursão. Achava que estes dois episódios tinham sido bem cansativos, mas, depois que li os 15 atos acima, vi o que é um problema de verdade. Não acho interessante alugar carros ou outro transporte, pois, como normalmente viajo para lugares que não conheço, acho que se aproveita mais em algum tipo de excursão, ou mesmo, se possível, andando ou utilizando transporte público.
ResponderExcluirVerdade, deu para dizer que este foi um problema mesmo! E bota cansativo nisto!
ExcluirO que você passou foram um alguns "perrengues", que nos deixam meio tensos na hora, mas que são normais acontecer de vez em quando, pois nem tudo é 100% e algumas dúvidas ou correrias ocorrem mesmo. Estes momentos são até interessantes, ficam no nosso histórico de viagens como um "caso" diferente para contar! ;-)
Excelente relato de como somos tratados pelos servidores do Itamaraty; nao nos ajudam, cumprem o regulamento quando e como querem. E sao bem pagos e nao nos devolvem o que de nós recebem. Sinto pelo furto e pelo mau atendimento consular (o qual é regra geral).
ResponderExcluirObrigada! :)
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